domingo, 5 de janeiro de 2020

Diário de Viagem, Dresden


Quase na fronteira com a República Checa, a cidade alemã de Dresden, capital do estado da Saxônia, foi totalmente destruída durante a 2a. Grande Guerra em 3 dias de bombardeiro incessante pela RAF e pela Força Aérea Americana. Um crime hediondo que matou por volta de 30 mil pessoas, a maioria mulheres e crianças, ordenado por Churchill. (saiba mais aqui). Desde o final da guerra até hoje um trabalho de reconstrução vem sendo empreendido no centro histórico.






Localizada a beira do Rio Elba, numa "charmosa curva do rio", a cidade tem como destaque a Frauenkirch - igreja protestante, o prédio da ópera do estado da Saxônia - Semperoper e o magnífico Zwinger - palácio dos príncipes saxões em estilo barroco, transformado em museu que abriga várias coleções desde armaduras, roupas e utensílios que datam do século 16, porcelanas, até a maior coleção de arte otomana fora da Turquia. Enfim, uma riqueza só!!
(por sorte a maior parte dessas obras havia sido transferida para outro local em 1942, depois foram confiscadas pelo exército vermelho e levadas a União Soviética e devolvidas no final da década de 50 - Dresden pertencia ao lado oriental da Alemanha pós guerra)
 

24 horas foi o tempo que fiquei na cidade, vindo de Berlim a caminho de Praga. Completamente insuficiente, deu só para uma voltinha pelos principais monumentos e um jantar delicioso num charmoso restaurante no burburinho da cidade velha - um tradicional schnitzel e umas bier! 

Saí de Dresden com um gosto de queria muito mais e com chuva, a Alemanha chorando minha partida!!

Um mês depois, em novembro, chegou a notícia que só fez aumentar meu arrependimento por não ter ficado mais uns dias na cidade: 2 homens furtaram do Castelo de Dresden vários conjuntos de jóias feitos em diamantes, rubis, esmeraldas e uma enorme safira de 648 quilates; tudo avaliado na casa de 1 bilhão de euros. A polícia alemã está oferecendo uma recompensa de 500 milhões por informações que ajudem a encontrar os ladrões.

Desejo que sejam logo encontradas e restituídas ao museu para quem sabe, num futuro breve, possamos todos admirá-las ao vivo e a cores!!


(algumas das peças roubadas)







quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Diário de Viagem, Berlim

Ainda continuo tentando entender minha estada em Berlim. Sabe quando você não sabe muito bem se gostou ou não de alguma coisa, tá na dúvida? Pois é assim que eu me sinto, mesmo já fazendo um tempinho que estive lá, não consigo me decidir!


É claro que a cidade é interessante, palco de acontecimentos históricos recentes e muito relevantes, marcados a céu aberto - é possível ver e tocar pedaços do Muro de Berlim em alguns pontos da cidade, e até mesmo comprá-los (não acredito que sejam legítimos, mas, enfim, deve ter quem compre!). Sempre está rolando algum tipo de protesto no Portão de Brandenburg - em defesa dos animais, pela verdade do que acontece na Venezuela, contra o nazismo, e aquelas que não consegui traduzir do alemão! rsrs

Há também museus importantes que exibem um pouco da história do mundo - o Pergamon com suas coleções de arte da antiguidade clássica e de arte islâmica, ou o Neues Museum que exibe a linda cabeça de Nefertiti, além de tantos outros. Bem no meio do Rio Spree há uma Ilha dos Museus, o que não houve foi tempo, e nem euros, para todos

A cena de arte urbana é igualmente interessante, seja no East Side Gallery - pouco mais de 1km do Muro todo grafitado, seja no bairro de Kreuzberg com a presença ilustre dos Gêmeos, até a Urban Nation uma galeria com trabalhos de grafiteiros de todos os cantos do mundo.

Como boa turista conheci alguns dos pontos mais famosos da cidade: o Portão de Brandenburg, o Reichstag, a Siegessäule - aquela coluna onde ficavam os anjos do Wim Wenders, Alexander e Potsdamer Platz. Comi currywurst na rua e bebi Berliner Weisse no biergarten, peguei chuva, sol, e o  frio que eu tanto adoro, andei sem rumo pelas ruas no outono berlinense. Muitos turistas, menos que em AMS, mas tão barulhentos quanto!

Enfim, fico com essa dúvida, até ter a oportunidade de visitar novamente a cidade!



quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Diário de viagem, Amsterdam

Amsterdam é uma cidade encantadora, lembra um pouco aquele kit de montar 'o pequeno engenheiro', e parece ter saído de um conto de fadas! Um conto de fadas chuvoso.

Essa época do ano, outono em Amsterdam, chove. E para. E chove de novo. E sai sol. É assim, as vezes não dá nem tempo de abrir o guarda chuva. As vezes você consegue mas o vento leva embora, porque também venta, bastante!
Mesmo assim com esse tempo meio doido é uma delícia andar pelas ruas estreitas cheias de lojinhas descoladas e cafés e canais e bikes e maconha.

Sim! Amsterdam cheira a maconha. Talvez o povo já esteja acostumado, mas quem tá chegando sente logo a 'brisa' no ar! Sobre as bikes não vou nem falar, ou melhor, vou sim, se bobear, te atropelam! Pedestre não é respeitado em lugar nenhum!

E a cereja do bolo: a praça dos museus com o Museu Nacional, o famoso Rijks e o Museu Van Gogh.
A visita ao Rijks já valeria só pelo prédio maravilhoso, mas lá dentro está um dos mais famosos Rembrandts além da leiteira do Vermeer. Ambos imperdíveis!
Quanto ao Van Gogh, well, os mais belos estão em Paris, mas a lojinha do museu tem os gifts mais incríveis que eu já vi! (Um capítulo a parte é o monte de gente causando tumulto e provocando filas pois agora todo mundo tem que se plugar num audio guia e ficar horas frente a um quadro ouvindo uma voz bonita contando histórias, ou seja, agora também é preciso que alguém te diga o que ver, como ver e o que pensar sobre o que se vê! Onde foi parar a emoção de apenas olhar e 'sentir' uma obra de arte?)

48 horas, esse foi o pouco de tempo que eu fiquei em Amsterdam, me divertindo tentando entender o raio de língua que os caras falam, tentando me fazer entender no raio de língua que eu falo, escolhendo comida por foto e rindo muito dos micos que a gente sempre passa quando frequenta 'festa estranha com gente esquisita'!

Dag, doei, tot ziens Amsterdam!




segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Diário de viagem, Buenos Aires, IV




O Palacio del Congreso de la Nación Argentina é esse prédio imenso aí da foto, onde se reúnem os 257 deputados e 72 senadores para sessões legislativas e fica na mesma avenida da Casa Rosada, a Av. de Mayo, no extremo oposto.

O prédio monumental, em estilo "eclético greco-romano" (boa parte da arquitetura em BsAs é bem eclética!! rs), foi inaugurado no começo do século passado depois de quase 10 anos de construção e 1.000 trabalhadores contratados. Conhecido a época como Palacio de Oro por conta de todo dinheiro gasto na sua construção, gerando escândalo e investigação dos partidos de oposição ao governo conservador do presidente José Figueroa Alcorta.

A visita guiada ao prédio foi conduzida por uma senhora bem simpática e igualmente irritada: com os turistas americanos que falavam demais e andavam de menos atrasando o tour e também com os seguranças que insistiam em seguir o grupo, pois os senadores estavam no prédio para participarem de uma comissão importante aquele dia - os gabinetes dos senadores se localiza em outro prédio ao lado do Congresso. Era dia 26 de dezembro e estavam todos trabalhando!!!


No plenário ela nos contou como se distribuem os partidos: a direita da mesa diretora ficam os políticos do partido governistas, a esquerda os do partido de oposição e os outros partidos menores se concentram no meio do recinto. Como nem os governistas nem a oposição tem a maioria, tudo precisa ser negociado com os partidos menores, do centro! Já ouviram falar em algo parecido??


O interior do prédio é igualmente imponente e luxuoso, com enormes lustres de cristal, salões de descanso ricamente decorados, biblioteca e cafeterias em todos os andares.









(nas fotos: câmara dos deputados, quarto azul, hall of the lost steps e biblioteca)

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Diário de viagem - Buenos Aires, III


O famoso bairro de La Boca, onde se localiza o igualmente famoso estádio La Bombonera do Boca Juniors, também abriga o Caminito, uma rua, ou beco, e seu entono que são referência turística em Buenos Aires. Esse pedaço do bairro é cheio de habitações bem precárias construídas no final do século XIX para abrigar imigrantes genoveses. Na década de 50 um grupo de vizinhos decidiu recuperar o lugar pintando suas casas de madeira e folhas de zinco com cores fortes e transformando suas ruas em um museu com obra de artistas locais. Assim nasceu o Caminito!

Ponto turístico mais conhecido da cidade com lojas de souvenirs, restaurantes com mesas nas ruas e banquinhas de artesanato atraem centenas de pessoas todos os dias que chegam sem parar em ônibus fretados vindos dos hotéis, agências e também dos grandes transatlânticos que estacionam ali por perto!

Na minha primeira visita ao local, há uns 5 anos, o movimento ainda era razoável, não haviam as banquinhas de artesanato, casais dançavam tango na rua para ganhar uns pesos, e era possível encontrar regalos bem simpáticos. Hoje a cena é outra: os casais paramentados não dançam mais, apenas cobram para posar para fotos e selfies, há galerias com stands vendendo basicamente as mesmas mercadorias com diferenças de cores e preços, quinquilharias vindas da china e a gente é praticamente laçado pelos atendentes dos bares e restaurantes! Vos digo, achei horrível!!!!


O que salva no Caminito é a Fundación Proa, uma fundação privada especializada em arte contemporânea localizada numa mansão italiana que foi totalmente restaurada para abrigar exposições, instalações, uma livraria e um delicioso café com vista panorâmica do Rio Riachuelo. Esse mês de dezembro segue em cartaz uma expo do artista chinês Ai Weiwei com a monumental instalação Forever Bicycles bem na entrada da fundação, para todos que passam por ali poderem ver. Isso sim é uma maravilha, a arte saindo dos museus e indo prá rua!








Diário de viagem - Buenos Aires, II


Coisas sobre mi Buenos Aires querido:

- Cúpulas!!! São dezenas, centenas, quase todo prédio aqui tem a sua! Art déco, art noveau, neoclássico e até as construções mais antigas em estilo colonial - BsAs é a cidade do ecletismo arquitetônico, e das cúpulas!

- O metrô daqui é o mais antigo da América Latina - da década de 1910, e foi crescendo daquele jeitinho, um puxadinho práqui, outro puxadinho prácola! Tem estações/plataformas antiqüíssimas e outras mega modernas. Ou é um corredor escondido no final da plataforma que te leva a outra linha, ou vai mesmo de elevador...se não ficar esperto, não encontra as passagens para fazer baldeação de uma linha para outra. Sem contar umas linhas operadas por uns trens do tempo do Sólis!

- E o trânsito? Uma zona assim como em Sampa! O povo para o carro em qualquer lugar prá comprar alfajor nos kioskos, todo mundo tem buzina e faz questão de mostrar, tem milhares de táxi disputando lugar com os ônibus, mas, é preciso que se diga: todos respeitam os pedestres, isso é maravilhoso!!! E também não tem motoboy por aqui!

Depois conto mais coisas!!




segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Diário de viagem - Buenos Aires, I

Sampa e BA tem muito mais em comum que a gente pensa!

Antes de ser presidente da Argentina, o Macri foi prefeito da cidade. Antes mesmo de ser prefeito, foi presidente do Boca Juniors, o time mais popular daqui. E antes disso, cuidava das empresas do pai! Prá quem não sabe, ele é filho de um empresário riquíssimo - dono de uma batelada de empresas dos setores de construção, coleta de lixo, correios, etc. Ou seja, o cara sempre foi empresário, e depois de levar o Boca ao topo, ficou tão popular que entrou para a política. Carreira meteórica.

O que me chamou mesmo a atenção foi essa plaquinha, que está em todas as obras na cidade. Você paulistano, lembra alguma coisa? Algo do tipo... "acelera São Paulo"?
Nããããoooo!! Eu que, de férias, tô aqui problematizando ao invés de me afogar nas Quilmes e Patagônias!!!

Feliz Navidad!!









sábado, 26 de agosto de 2017

Lady Driver


Mulheres maravilhosas de Sampa!
Depois de várias situações de assédio com motoristas de Uber, uma dessas manas empreendedoras resolveu dar um jeito nessa situação e criou um aplicativo de mulheres motoristas para mulheres passageiras. Lançado há pouco mais de 6 meses o app Lady Driver já conta com aproximadamente 5 mil motoristas.

Ontem foi minha primeira viagem pelo app e super indico!
Fiz a solicitação e a Vanessa, a simpática Lady que me levou a uma festa, me telefonou avisando que chegaria em 5min (tempo estimado pelo app), chegou, me convidou a usar o cinto de segurança (importantíssimo!), me presenteou com um brinde e me deixou no destino depois de 20min de um papo bem agradável!

Como ainda não são muitas motoristas, para uma cidade do tamanho da nossa, as vezes não há veículos tão próximos então pode demorar um pouco mais que nos aplicativos tradicionais mas conforme mais passageiras utilizarem o serviço mais motoristas teremos e menor o tempo de espera, sem contar que fortalecer o trabalho das mulheres é fundamental na nossa sociedade.

Por enquanto só na cidade de São Paulo. Em breve as Ladies estarão também na cidade maravilhosa!








sexta-feira, 23 de junho de 2017

Cenas de Sampa


Quando eu já estou quase desacreditando da humanidade dou de cara com esse portão!!



(foto Cinthia Castro)






domingo, 4 de junho de 2017

Diário de viagem - Itu, Museu Republicano



Entrando no museu o “guardinha” vem me entregar o ticket e explica que a entrada é de graça, que na sala da direita tem a exposição x, na da esquerda tem a y, e que o mais legal é subindo as escadas:


- É a sala onde houve a reunião secreta para derrubar D. Pedro!!!

Uau!!! 😲



Inaugurado em 1923, o museu está instalado em um sobrado bem no centro de Itu. Residência da família Almeida Prado é o local onde se realizou a chamada “Convenção de Itu”, em 1873 – reunião de políticos e fazendeiros de café (partidários da derrubada da monarquia) para discutir os rumos do país e a criação do Partido Republicano. A ata da convenção registra a presença de 133 pessoas! (deviam estar bem apertadinhos!!)



 Erguido no início do século XIX passou por uma grande reforma em 1867, datando desse momento sua fachada azulejada que se mantém até hoje. A azulejaria interna foi criada e instalada no saguão de entrada do museu nos anos 1940 com cenas representativas da história de Itu e do Brasil.


O museu expõe quadros e fotografias retratando os republicanos mais famosos, objetos, utensílios domésticos e mobiliários da época. Vale uma visita!


(fotos de Cinthia Castro)