Me lembro de duas cenas bem marcantes da minha adolescência: meu pai chegando em casa com um longplay de música clássica, Tchaikovsky - Overture 1812/O Quebra-Nozes; a outra foi o primeiro concerto que assisti ao vivo, com minha avó. Lembro muito bem da emoção ao ouvir a peça desse compositor russo por quem me apaixonei ao assitir o filme Music Lovers (Delírio de Amor) - cine biografia com o lindo Richard Chamberlain. Pude reconhecer na música a história que ela conta sem proferir uma palavra sequer, apenas sons.
Meu primeiro concerto, no Teatro de Cultura Artística, uma segunda-feira à noite, onde pude sentir a emoção de ouvir uma orquestra ao vivo, ver o maestro a frente de tantos músicos e instrumentos diferentes, ser apresentada ao spalla, enfim, uma noite inesquecível!
Estou falando dessas lembranças pois tive o enorme prazer de assistir o último concerto da Osesp, que executou peças de compositores russos, com a participação do brilhante pianista Arnaldo Cohen, cujo gran finale foi a famosa Overture 1812, com direito aos canhões e sinos da catedral! A emoção me levou às lágrimas! E sobre isso não há mais o que falar!
Mas há muito a falar sobre o lugar onde isso aconteceu: a Sala São Paulo, alí na região da Luz, que tanto gosto, ou da crackolândia como querem alguns. A antiga estação de trens da Estrada de Ferro Sorocabana hoje abriga o Complexo Cultural Júlio Prestes, com a maior e mais moderna sala de concertos da América Latina e casa da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo - Osesp. A perfeita combinação entre o antigo, um prédio de 1938, e o moderno, uma sala de concertos com acústica invejada no mundo todo. Quem ainda não conhece, já está há muito atrasado.
Tudo isso junto, a arquitetura, a música, as lembranças de adolescente, foi mais do que um programa com amigos... foi sim um banquete para a alma!
Sala São Paulo
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