sábado, 27 de outubro de 2012

A Arte em Madrid



Uma psicanalista a quem admiro muito, Maria Rita Kehl, escreveu em seu Sobre Ética e Psicanálise: “O artista cria um objeto que represente a dimensão impossível de seu desejo e o oferece aos seus semelhantes, que, reconhecendo-se representados nele, aceitam e valorizam o objeto criador, retribuindo ao artista com seu aplauso, sua gratidão (...)". E foi assim que me senti em Madrid ao visitar seus mais importantes museus, e admirar a obra dos artistas que mais me emocionam!

Emocionam a ponto de fazer brotar lágrimas dos olhos quando os vi. O que difere de estar frente a frente com a obra de vê-la em livros é justamente a expectativa que antecede sua visão. Sinto um frio na barriga assim que coloco os pés no museu, e o caminho até chegar a pintura o frio só faz aumentar e o coração acelerar... e é sempre uma surpresa quando entro em uma sala e me deparo com a obra tão admirada, desde antes. A luz, o clima, o cheiro do lugar, tudo isso acaba fazendo parte da obra... e a torna mais emocionante ainda!

Depois do Louvre era difícil pensar em algo tão ou mais grandioso, até a primeira sala do Museo del Prado! O caminho até chegar aos Goya, El Greco e Velazquez, passa por Bosch, Rubens, Rembrandt...

No Reina Sofia a grandiosidade de Guernica é algo impressionante! A cereja do bolo são as gravuras de Goya! Uma ala imensa do museu apresenta obras que fazem, de alguma maneira, menção a guerra... Não para louvá-la mas sim como um alerta!

No Thyssen-Bornemisza o reencontro com Monet, Renoir, Degas, Sisley foi delicioso... não tantos como os do d’Orsay, mas muito bem representados! E de quebra uma exposição especial de Gauguin, recém inaugurada!

Emocionante mesmo poder ter estado com estes artistas, representados por suas obras que me tocam de maneira tão visceral! Acho que posso passar o restante da minha vida sem voltar ao Louvre, mas pensar em nunca mais voltar ao Prado é doloroso demais!!




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