quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Ginger e Dimenstein

Essa semana li um artigo no site do Gilberto Dimenstein - Se você estiver com dor de dente, sobre a relação entre a dificuldade de aprendizado e a saúde dos alunos. Nesse texto ele apresenta dados alarmantes sobre o estado de saúde geral da população escolar e do quanto isso interfere na possibilidade dessa criança fazer bom proveito da escola.

Mandei esse link por email para algumas pessoas com o título Só educação não basta, e a resposta que recebi de uma delas (pela qual tenho grande admiração tanto pela sua inteligência, quanto pelo senso crítico) transcrevo a seguir:

"Não basta, mesmo.
É um conjunto.
Quando eu tinha 7 anos o dentista DA ESCOLA obturou uma cárie minha. Essa obturação durou mais de 30 anos!!!
Por que é tão difícil fazer com que isso seja como já foi?"

A partir dessa pergunta outras tantas me vieram a mente e gostaria de dividi-las com vocês, para tanto transcrevo também minha resposta:

"É uma boa pergunta!
Por que o poder público não olha para as necessidades da população? A falta desse olhar deveria influir no resultado das urnas, mas isso não acontece! Nenhum dos lados se importa com mais nada! Uns só pensam em roubar, outros acham que é assim mesmo que deve ser e dariam tudo para estar no lugar dos primeiros.

Ninguém mais pensa no bem estar da coletividade e ninguém mais quer brigar pelos seus direitos. É certo eu recolher aos cofres públicos quase R$ 400,00 de INSS por mês e ainda ter que pagar um plano de saúde?

Não vou questionar se a lei anti-fumo está certa ou errada, mas sim a que ela veio. Cada vez que as coisas começam a feder aqui nesse país sempre há algo para desviar a atenção do cheiro que estamos sentindo! É um absurdo gastar dinheiro para instalar um relógio em frente ao Emilio Ribas para contar quantos dias a cidade está respirando melhor, em meio a um congestionamento em que caminhões e ônibus soltam CO2 adoidado, e na porta de um hospital que não consegue atender a todos por falta de dinheiro. Enquanto isso a discussão é se pode ou não fumar sob o toldo do bar!!!!

A qualidade dos governantes mudou, mas a qualidade dos governados também mudou, e não faço a menor idéia se um dia isso pode melhorar, pois a história nos mostra que é sempre em direção ao pior que caminhamos!"

No princípio, minha intenção era fazer desse blog um espaço dedicado à cidade de São Paulo, seus lugares, suas curiosidades, sua cultura, mas esse assunto diz respeito a nós paulistanos, aos paulistas, aos cariocas, aos gaúchos, enfim, aos brasileiros que somos todos. Gostaria muito de saber o que pensam os amigos, conhecidos e visitantes anônimos desse blog que venho cuidando com tanto carinho! Escrevam, manifestem-se, sintam-se à vontade nesse espaço!



segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Sala São Paulo

(fotos by Cinthia Castro)


Me lembro de duas cenas bem marcantes da minha adolescência: meu pai chegando em casa com um longplay de música clássica, Tchaikovsky - Overture 1812/O Quebra-Nozes; a outra foi o primeiro concerto que assisti ao vivo, com minha avó. Lembro muito bem da emoção ao ouvir a peça desse compositor russo por quem me apaixonei ao assitir o filme Music Lovers (Delírio de Amor) - cine biografia com o lindo Richard Chamberlain. Pude reconhecer na música a história que ela conta sem proferir uma palavra sequer, apenas sons.

Meu primeiro concerto, no Teatro de Cultura Artística, uma segunda-feira à noite, onde pude sentir a emoção de ouvir uma orquestra ao vivo, ver o maestro a frente de tantos músicos e instrumentos diferentes, ser apresentada ao spalla, enfim, uma noite inesquecível!

Estou falando dessas lembranças pois tive o enorme prazer de assistir o último concerto da Osesp, que executou peças de compositores russos, com a participação do brilhante pianista Arnaldo Cohen, cujo gran finale foi a famosa Overture 1812, com direito aos canhões e sinos da catedral! A emoção me levou às lágrimas! E sobre isso não há mais o que falar!

Mas há muito a falar sobre o lugar onde isso aconteceu: a Sala São Paulo, alí na região da Luz, que tanto gosto, ou da crackolândia como querem alguns. A antiga estação de trens da Estrada de Ferro Sorocabana hoje abriga o Complexo Cultural Júlio Prestes, com a maior e mais moderna sala de concertos da América Latina e casa da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo - Osesp. A perfeita combinação entre o antigo, um prédio de 1938, e o moderno, uma sala de concertos com acústica invejada no mundo todo. Quem ainda não conhece, já está há muito atrasado.

Tudo isso junto, a arquitetura, a música, as lembranças de adolescente, foi mais do que um programa com amigos... foi sim um banquete para a alma!

Sala São Paulo