domingo, 15 de novembro de 2009

Pinacoteca

Adoro esse lugar! O prédio em estilo neoclássico, a vizinhança mais que interessante - a Estação da Luz, o Museu de Arte Sacra, o Jardim da Luz com suas esculturas, e até mesmo as pessoas que trabalham e vivem pelas ruas nessa região (mas isso é assunto para outro post!).

Projetado por Ramos de Azevedo, levou 3 anos para ser construído (de 1987 a 1900) e o propósito inicial era que abrigasse o Liceu de Artes e Ofícios. Em 1905 foi inaugurado como o primeiro museu da cidade. A partir de 1993 o prédio passou por uma grande reforma que mudou inclusive sua entrada, antes voltada para a Av. Tiradentes, dando frente à Estação da Luz. Em 1995 a exposição das esculturas de Auguste Rodin foi vista por mais de 180.000 pessoas em 38 dias, número fabuloso! Lembro-me de ter feito duas tentativas de visitar essa exposição, mas de desisitir mediante a visão das enormes filas formadas durante toda sua exibição.

Rodin marcou a reviravolta da Pinacoteca, tornando-a um dos lugares mais importantes a dar abrigo às artes em Sampa. Talvez por isso, um dos lugares mais bonitos lá dentro seja o que eu chamo de Jardim de Rodin, com belíssimas esculturas desse que era um artista maravilhoso. Em 1997 o prédio foi fechado para acelerar a conclusão da reforma, e passou a funcionar temporariamente no Pavilhão Pe. Manoel da Nóbrega, no Parque do Ibirapuera, abrigando alí várias mostras importantes, com destaque para Camille Claudel, aluna de Rodin, com sua escultura grandiosa Perseu e Medusa em mármore. Diz-se que a cabeça da górgona foi esculpida com as feições da artista. Obra maravilhosa e viva!!!


Com a volta ao prédio original depois de um ano de seu fechamento e algumas exposições temporárias, chegamos ao ano de 2001 com uma nova mostra de Rodin, dessa vez com a Porta do Inferno, que consegui ver ao vivo. É uma pena que as obras de Camille não tenham tido o prazer de conhecer o prédio da Pinacoteca, e apenas seu professor e amante tenha tido essa honra. Na repetição da história, novamente Rodin lhe "passou a perna".

Voltando ao assunto principal, afinal arte não é minha especialidade, apenas minha paixão, uma das delícias da cidade é poder sentar-se em uma das mesas que ficam ao lado de fora no café da Pinacoteca, frente aos jardins que já foram chamados de jóia da cidade e apreciar a vista e ouvir o canto dos pássaros que moram nas árvores frondosas. Nessa última visita tive por companhia um imponente bem-te-vi que passou bom tempo se exibindo a todos que almoçavam no local.

Fotos by Cinthia Castro